segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Isso é Jornalismo! (8)


O importante, sempre, é a gente trazer exemplos que se aproximem da nossa realidade. Verossimilhança. Falar de estudantes brasileiros que fazem intercâmbio na Argentina é um exemplo perfeito.

Parabéns ao Pedro Santos, autor do brilhante texto que vem a seguir, publicado no blog "OverMundo".

______

O Brasil dos Argentinos

Na casa da rua Ituzaingó, 1480, na cidade de Córdoba, Argentina, costuma-se ouvir, todas as tardes, o ruído característico da enceradeira da empregada Graciela Villalba, conhecida como Graci. O barulho da limpeza se confunde com as vozes artificialmente dubladas na televisão, onde está passando a novela Páginas da Vida.

Graci não conhece o Brasil - ou melhor, nunca veio para cá. Sua relação com brasileiros foi construída de duas formas. Primeiro, pelas novelas, que conquistaram o interesse dela há treze anos, quando Pantanal foi exibida na tevê aberta argentina.

“Eu lembro que se passava na floresta, as imagens eram muito boas e as canções também”, lembra Graci, que tem 56 anos. “Todo mundo assistia. Eu subia no ônibus e escutava as pessoas falando ‘tenho que ir rápido para casa ver Pantanal.” Depois disso, ela virou uma admiradora de nossas novelas. “Eu gosto das imagens das cidades brasileiras e das mensagens que elas transmitem.”

Além das novelas, Graci construiu uma visão do Brasil a partir dos contatos com brasileiros que vão morar ali. Por um convênio entre a Universidade Nacional de Córdoba e universidades brasileiras, a casa da rua Ituzaingó sempre abriga mais brasileiros que estudantes de outras nacionalidades. Até julho deste ano, viviam dezesseis intercambistas - oito brasileiros, três argentinos, uma equatoriana, uma uruguaia, um paraguaio, um colombiano e um mexicano. Há dois anos, Graci trabalha na residência em que o número de habitantes brasileiros sempre supera a quantidade de outros estudantes. Ela conta, entusiasmada:

- Estou todo o tempo com pessoas do Brasil. São garotos que chegam aqui, ficam um semestre, se vão e logo vêm outros. Eles me contam sobre o clima, sobre seus costumes, às vezes fazem almoço e eu provo as comidas, como a feijoada (risos). Muito boa!

Mas quando Graci começa a estabelecer uma relação com os intercambistas, conhecendo - como só uma empregada doméstica pode conhecer - os hábitos, os costumes e a forma de pensar deles, chega o fim do intercâmbio e os estudantes são substituídos por outros, com hábitos, costumes e pensamentos diferentes.

Mesmo assim, Graci imagina que as pessoas no Brasil são, de alguma forma, mais liberais. “Não conheço muito da cultura brasileira. O que sei é da parte linda, que vejo na televisão, e o que eu vejo de vocês. Vocês não têm preconceitos”, opina. “Vejo os casamentos nas novelas. Ali se permite que um casal que se divorcie continue sendo amigo, tendo uma boa relação, inclusive, com os novos namorados. Não sei se é porque são novelas, mas vocês são mais liberais. No Brasil se pode viver com mais liberdade.”

“Na casa de um brasileiro, sempre há livros brasileiros”

A capital da Argentina está a dez horas de ônibus de Córdoba. Na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires 2008, que aconteceu em maio, o Brasil estava representado por um estande da Embaixada Brasileira. A estudante de Letras Julia Tomasini, uma jovem argentina de cabelo vermelho-vivo, era uma da cinco atendentes que sugeriam literatura brasileira para as pessoas que chegavam, atraídas pelas cores vivas do estande, pelas aulas de português que eram dadas todos os dias ou por qualquer outro motivo.

Não é à toa que Julia foi trabalhar ali. Há muito ela admira a Literatura Brasileira, desde que começou, como grande parte dos argentinos quando querem conhecer nossa literatura, pelo escritor baiano Jorge Amado. Em seguida, vieram Rubem Fonseca, Daniel Galera e Caio Fernando Abreu. “Agora estou buscando uma versão de Grande Sertão: Veredas, mas me assustei com o que as pessoas diziam sobre o livro”, confessa ela, entre um e outro cliente que vem procurar obras brasileiras. “Me deram de presente o Primeiras Histórias e disseram: ‘comece com esse para acostumar com o vocabulário de Guimarães Rosa’”, completa.

Por isso, a visão que ela faz sobre a cultura brasileira está baseada nos livros brasileiros que leu, sejam eles escritos em espanhol ou mesmo em português. “Somos todos latino-americanos, mas vocês têm uma visão mais positiva que a gente e levam com muito orgulho seu país, têm orgulho de serem brasileiros. Sempre há livros brasileiros na casa de um brasileiro. E música brasileira!. Vocês têm um conhecimento mais profundo da América Latina.”

Ao contrário de Julia, Darío Aguillar vê a cultura brasileira de um modo mais ambíguo. No Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, também conhecido como MALBA, ele trabalha como guardador de salas, e tem a função de tomar conta dos amplos salões do museu e, também, de conversar com os visitantes, tirando dúvidas e explicando os quadros que estão ali. Como em Abapuru, da artista brasileira Tarsila do Amaral, comprado pelo MALBA em 1995.

Quando viu Abapuru, Darío não entendia porque o corpo pintado é tão grande e sempre se perguntou o motivo do sol em forma de laranja. Então, ele começou a ler coisas sobre o Modernismo Brasileiro e o Movimento Antropofágico e ficou muito interessado por outros quadros brasileiros. “A obra é meio enigmática. Eu não entendia porque o corpo era tão grande, a deformação. Depois comecei a ler as coisas da Antropofagia e me despertou grande curiosidade. A pintura é muito característica do Brasil, há muita cor, simbologia com a cultura brasileira”, explica, com autoridade de quem também pinta quadros nas horas vagas.

Darío nunca foi ao Brasil. Mesmo assim, tem certeza de que somos um pouco contraditórios: a alegria característica, mostrada nas cores de nossos quadros, em contraposição com uma melancolia, segundo ele, presente nos acordes de violão da Bossa-Nova.“Tem uma ambigüidade. Alegria, muito colorido, muito ritmo. E a Bossa-Nova é uma tristeza dramática, desesperada da vida. Vocês como que aceitam que a vida pode ser triste, mas tentam viver de maneira alegre, com gosto pelas mulheres, pelas praias.” E confirma, pronunciando as palavras calmamente: “Vocês sabem que o remédio para a tristeza é ser alegre.”

Mais rivalidade por parte dos brasileiros

Na casa da rua Ituzaingó, 1480, mora um rapaz que não está de intercâmbio. Rinaldo Affaticatti nasceu no sul da Patagônia e veio a Córdoba para estudar Psicologia. No começo, ele não sabia que a pensão em que ia ficar era destinada para intercambistas. Mas logo ele foi se acostumando com a mistura de hábitos de gente tão diversa como um norte-americano que fumava maconha dentro de uma maçã e uma brasileira com transtorno bipolar.

- A idéia que eu tinha do brasileiro antes de conhecer se confirmou completamente depois que eu comecei a morar aqui. Brasileiro é pura festa. Nunca está triste. Vocês são mais abertos, muito mais extrovertidos, mas são pouco desconfiados. O brasileiro conta coisas que a gente só conta depois de conhecer muito bem a pessoa. Vocês confiam demais e muito facilmente. Rinaldo sempre teoriza sobre as coisas a seu redor, atitude característica de um psicólogo forense, profissão que pretende seguir.

Para comprovar sua tese, ele conta o que aconteceu com a turma do ano passado:

- Os brasileiros do semestre anterior não viam perigo em nada, achavam que podiam confiar em todo mundo e fizeram uma festa em que cobravam dois pesos na porta. Entrava qualquer um. Tinha, fácil, fácil, 300 pessoas na casa. O resultado veio no dia seguinte: a maior bagunça e o roubo de uma câmera, dois i-pods e 500 pesos. E aí, a quem a gente podia reclamar? A ninguém.

Rinaldo ficou na casa até agosto, quando se mudou para um apartamento, cansado da troca semestral de habitantes da pensão. Antes disso, porém, ele dividiu a casa com várias pessoas, incluindo Rúbia Beraldo, estudante de Engenharia de Alimentos na Unicamp. Ela, como grande parte dos brasileiros que vêm morar na Argentina, não esperava ser bem recebida.

- A primeira coisa que as pessoas me perguntavam, no MSN, quando eu cheguei aqui era: ‘Eles estão te tratando bem?’ Não achei que eles iam me tratar mal, mas também não esperava tanto. As pessoas adoram a gente e falar que somos brasileiros é um cartão de visitas em qualquer lugar. No começo eu achava que tinha a tal rivalidade como a gente vê no Brasil. Mas foi totalmente diferente. Receberam a gente muito bem, ainda mais depois de saber que somos brasileiros. Eu acho que a rivalidade é mais dos brasileiros que dos argentinos.

Depois disso, ela até quis cortar o cabelo em estilo porteño, com as franjas curtas sobre a testa.

Coração argentino e sangue brasileiro

No único bar brasileiro de Córdoba, o barman que trabalha ali é um argentino apaixonado pela cultura brasileira. Andrés Correa tem uma paixão inexplicável pelas coisas daqui. Seu primeiro contato foi com a música de Roberto Carlos, que sua mãe lhe mostrou quando ele tinha oito anos. Em seguida, ele aprendeu a falar português assistindo a Xuxa e a Mara Maravilha, em uma época em que elas faziam sucesso na Argentina.

- Os argentinos pensam que falar português é falar tudo com “-inho” no final - cafezinho, coraçãozinho, como os jogadores de futebol que fazem sucesso, como Ronaldinho. E também em palavras com –ão: sensação, coração. Para mim o português tem um som nasal, um som muito sensual.

Na adolescência, o amor pelo Brasil foi se desenvolvendo. Andrés chega ou ao ponto de acordar de manhã e se imaginar no Brasil, ou ligar a televisão para ver o tempo que faz nas cidades brasileiras.

- Quando você gosta de alguma coisa, você gosta muito. Como diz Paulo Coelho, o universo conspira a seu favor. Eu estou conectado. Estou sempre vendo alguma coisa que se refere ao Brasil. Em um momento, eu me levantava, ligava a televisão e em vez de ver o tempo de Córdoba, via o tempo de São Paulo, Rio de Janeiro.

Até que foi ao Brasil em três viagens diferentes: em 2000 e 2006 para Florianópolis, e em 2008 para visitar São Paulo. A emoção ao cruzar a fronteira Argentina-Brasil só não foi igual à angústia que sentiu no momento de voltar a seu país. Quando viu a bandeira brasileira, ele se emocionou de chegar e ver tudo da forma como imaginava. “Voltar foi mais comovente, porque era como alguém tivesse me tirado algo. Senti muita angústia. Quando termina alguma coisa linda as pessoas ficam tristes.”

Todo esse contato com o Brasil faz com que Andrés estabeleça uma comparação entre brasileiros e argentinos. Para ele, os argentinos têm uma ligação mais próxima com a família, enquanto que os brasileiros são mais independentes. Eles preservariam mais um grupo de amigos fiéis, enquanto que nós vivemos de momentos.

- Vocês vivem o agora, o hoje. Saio contigo e amanhã talvez eu nem me lembre de você. Isso é uma coisa de que eu não gosto muito.

Os amigos argentinos de Andrés não entendem a paixão que ele tem pelo Brasil. Alguns tiram sarro, principalmente em relação ao futebol, mas, nesse tema, ele é cem por cento argentino. No futebol não tem discussão, mas, no geral, ele se define com a seguinte metáfora: o coração argentino e o sangue brasileiro. O coração como a parte que dá a vida e representa o lugar em que ele nasceu, e o sangue como aquilo que o deixa vivo: a paixão pelo Brasil faz o corpo de Andrés mover.

O carinho, o respeito e às vezes até a paixão pela cultura brasileira, são características que poucos brasileiros poderiam esperar dos argentinos. O Brasil está presente no imaginário argentino de muitas formas, por mais estranho que isso possa parecer...

11 comentários:

  1. Nem tudo está perdido...

    ResponderExcluir
  2. Incrível como só os Argentinos são bons, educados e receptivos...

    Brasileiros não odeiam argentinos. Temos uma rivalidade sadia no esporte. Torço por qualquer time em qualquer esporte desde que este time jogue contra a Argentina =)

    Isso não é mal, isso não é guerra, e não significa que no café da manhã como bracinhos de crianças argentinas.

    Temos que entender que, esta forçação de fazer Argentinos nossos irmãos, amigos, e que nos amam é exagerada. Há sim uma rixa no esporte, e é sim, maior por parte dos brasileiros. Mas isso é sadio e normal.

    O que não é sadio e nem é normal é ver brasileiros batendo em brasileiros na porta de qualquer estádio de futebol.

    Há coisas mais importantes para se preocupar.

    ResponderExcluir
  3. brazíleios rasgam bandeiras argentina em jogo contra a croácia, tudo a ver, hein?

    "Torço por qualquer time em qualquer esporte desde que este time jogue contra a Argentina"

    Então você não gosta de torcer, vc gosta de xenofobia, e é ignorante, pq não sabe interpretar o que lê, mas também, num país com taxa tão grande e analfabetismo não me assusta.

    Rascismo, falta de respeito e xenofobia não se clalifica "comendo bracinhos de argentinos", se qualifica rasgando a bandeira, por exemplo...

    Não é normal nem é sadio uma pessoa ignorante falar merda e não assinar.

    Eu adoro a Argentina, esse blog (frequento sempre) e assino embaixo o que escrevo: Djalma Camargo Neto.

    Você deve ser do brazí mesmo, hipócrita de primeira, se existem coisas mais importantes pq vc não vai cuidar delas, ao invés de vir aqui dar liçãozinha de moral? Não perca sua ignorancia aqui então, vá proliferar em outro lugar sua opinião insignificante.

    Vá se preocupar então, ou o recalque é maior?

    Agora é de brasileiro pra brasileiro, a diferença é que tenho uma noção de interpretação e não sou racista, por exemplo.

    ResponderExcluir
  4. Você não é racista, é grosso e um tanto mal educado. Sabia que daqui 7 anos, quando acessarem o google, e digitarem seu nome, estes posts aparecerão, bem como qualquer outra coisa assinada.

    Uma das possibilidades do blog é manter meu anonimato, e utilizo desta ferramenta pro meu bem.

    Voltando ao assunto, só acho estranho o fato de não haver UMA noticia apenas falando sobre Argentinos errarem em quaisquer coisas.

    Argentinos vem pras nossas praias, tomam altas multas e somem no fim do feriado.

    Falam mal do Brasil, e o Olé, que é muito divertido, adora zoar com a nossa cara.

    Não vejo motivo para não podermos fazer o mesmo.

    Mas as vezes entendo a "zica" com brasileiros que todos tem. Sua educação já demonstra porque somos tão "amados" por todos.

    Brasil e Argentina sempre serão rivais no esporte, não há como negar.

    ResponderExcluir
  5. Não se discute aqui a minha educação, se sou "grosso" ou "fino" (guardo minha delicadeza pra quem merece), mais uma vez demonstrou que não sabe interpretar o que lê.

    Tenho a leve impressão de que o espaço combate o racismo brasileiro, não o argentino (que deve existir, nada é 100% na humanidade) que é mínimo perante TANTAS POSTAGENS que comprovam os absurdos dos "brazílei" para com los hermanos.

    Mas você convenientemente demonstra "não saber" (igual ao presidente do Brasil que nunca sabe de nada)

    Brasileiros não tomam multas na Argentina? Não compram "muamba" no Paraguai e vendem aqui pelo triplo d que compraram sem pagar impostos, nem nada? Argentina trafica coisas das "PRAI" "brasilê" lá?

    Você não conhece o Diário Olé, ele não tem nada de divertido, é um jornal sério e fanático. Mostrou também que não conhece, no sentido de que quem conhece sabe as proporções globais perante as do Olé. A Globo SÓ ATACA os Argentinos, e aí?

    "Ah, mais eles fais o memo cum nóis", quem começa sempre? É revidando algumas manchetes nada parciais do Olé (qual jornal é 100% inparcial? atire a primeira pedra)com racismo que se resolve?

    Repito: Minha educação é irrelevante aqui, mas como já disse sou educado apenas com quem merece, não com gente idiota. Mas não venha dizer que brasileiro é odiado, arrogante por minha causa, que sou exemplo, ao contrário, você é o maior exemplo, não entende o que fala, não entende o que os outros falam (ou não quer entender)e´é extremamente hipócrita.

    Falando nisso, não foi você que levantou a bandeira do "existem coisas mais importantes para nos preocuparmos"?????

    O que continua fazendo aqui? Contradizendo o que fala? Dá pra considerar o que um anônimo fala (ferrem-se as pessoas do google)? Por que não vai cuidar das coisas "mais importantes", do tipo frequentar uma aula de interpretação de texto, por exemplo?

    A última frase é um show: "Serão sempre rivais". É, só contaram pra você, descobriu a América! Rivalidade não é o problea, problema é gente falsa moralista como você vir aqui dizer "temos mais o que fazer, eles fazem igual, revidar é bonito" e vir aqui falar mais asneiras, "perdendo tempo", incentivando ainda mais a xenofobia.

    Lamentável! E gente como você é maioria no Brasil, socorro!!!!!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  6. Bueno, se es que piensas asi, me gustaria mucho de te ofrecer una "naturalización"... como hay brasileños pobres de espirito... esto es mi ultimo post aca en esta ridicula peleja.

    Tu é ridiculo cara. Não te agredi, não agredi ninguém. Só falei que não concordo com esta pressão em cima dos brasileiros, como se fossemos xenófobos. A globo brinca, o olé brinca, todo mundo brinca. O problema é levar isso tão a sério quanto você leva.

    Ridículo é Flamengo e Vasco terem torcidas que se matam. É ver gente ser assaltado na rua no Pará, isso é terrível.


    Brazil and Argentina are two old and good friends, that love a little "fight", but it don't destroy the friendship between them.
    Enjoy your day... you're a bit worried.

    Desculpe não entender texto, e não saber falar só uma lingua como você ;)

    ResponderExcluir
  7. Ridículo é você, com certeza, e hipócrita, que diz "ter coisas mais importantes para se preocupar" e continua vindo aqui...

    Se não concorda problema seu, então nem apareça mais aqui, oras, vá resolver os problemas do Pará, as brigas nos estádios e não fique enchendo o saco aqui. Seja xenófobo longe.

    Ninguém brinca, brasileiro não brinca, é recalcado e racista, e provoca primeiro sempre, basta olhar as postagens, só cego (ou idiota?) não vê.

    Pode falar mil línguas, mas é incapaz de interpretar um simples texto em Português, continua sendo limitado, racista e falso moralista.

    Sobre os brasileiros pobres de espírito, citarei o hino do São Paulo: "entre os grandes, és o primeirooo"

    Você não só é pobre de espírito como é covarde. Ou seja, brasileiro.

    ResponderExcluir
  8. Incrível, mesmo, é ver uma pessoa se julgando melhor que a outra por, supostamente, "falar" outra(s) língua(s), nesse caso espanhol e inglês.

    //

    À primeira vista, pode-se até enganar bem: quem não entende inglês, pensará que tudo está correto; e o espanhol, cai na falácia do "muito parecido com português". Pronto.

    Um exame mais cuidadoso, porém, nos revelará que o texto em espanhol é, na verdade, uma simples colagem das "Ferramentas de Idiomas" do Google.

    No entanto, chama a atenção a parte em português:

    - fossemos (sem acento circunflexo);
    - "...gente ser assaltadO" (gente é substatntivo feminino, não?)

    Mas quando chegamos no inglês a redenção acontece:

    "it don't destroy..."

    - "don't" é a contração negativa da forma verbal do presente simples, e só concorda com os sujeitos "I", "We", "You" e "They"; Quando se falar de objetos/lugares/pessoas/fatos, o sujeito é "it" e com ele usa-se o "Does"; Na negativa, "doesn't".

    "...the friendship between them".

    - "between" é preposição de lugar, e só deve ser usada quando demonstrando dois objetos (O livro está entre a mesa e o computador = "The book is between the table and the computer"); Nesse caso, é recomendado que se use o termo "among".

    "two good old friends, that..."

    - absolutamente inexplicado, nem mesmo em português, o uso de uma vírgula após "friends"; além disso, é necessário um conector para mencionar dois adjetivos: "good AND old..."

    //

    A primeira questão a que devemos atentar é a de que o falar línguas é, em todas as outras partes do mundo, algo normal e comum: um indiano, por exemplo, que fale menos de 4 idiomas é considerado "INCULTO"; o mesmo acontece em diversos países da África, onde é possível e fácil encontrar quem fale pelo menos dois dialetos locais e, conforme a necessidade, fale francês e/ou inglês. De modo fluente - inda que se questione o "sotaque".

    Na Argentina - afinal, é esse o objeto de comparação - é comum ver as lojas com informações em pelo menos quatro idiomas: inglês, italiano e português, além do espanhol, é claro.

    Muitos argentinos, por conta da colonização, falam italiano de modo fluente. O inglês, é um pré-requisito e atinge enorme parcela da população. E, dos anos 90 p'ra cá, o português tem sido muito estudado e praticado.

    Há quem diga que a América se divida em três continentes: do Norte, Central e do Sul. Há quem diga que o continente de fato se divide em três "eixos", mas eles são: "do Norte" - sem o México -, Latina e Brasil. Brasil, o "país-continente", dizem.

    Esse orgulho levou ao isolamento, e a ideia de superioridade fez com que o idioma espanhol fosse rechaçado.

    Daí a falarmos "Portunhol" e "ingreiz".

    Não precisamos estudar: o Google está aí.

    ResponderExcluir
  9. Parabéns Marcel, você fala três linguas, admira nossos vizinhos, e expõe quem mora no seu país. È admirável esta vontade de provar que nós (brasileiros) somos maus, os monstros da América do Sul.

    ResponderExcluir
  10. Ninguém aqui foi exposto. A expoisção havia sido feita pela própria pessoa, anteriormente, ao tentar ofender alguém que realizou um comentário. Em nenhum momento me "Vangloriei" por falar três línguas. Quem o fez foi a pessoa, que disse textualmente: "Desculpe não entender texto, e não saber falar só uma lingua como você ;)".

    A pessoa foi extremamente irônica e, assim, considerou-se superior por "Falar" três línguas. Acontece que nem todo mundo precisa ouvir absurdos e ficar calado. E, ao elr com mais atenção, percebe-se que tal comentário não é de alguém que "fale" inglês. Pois ali há erros que não se cometem por quem tenha fluência na língua.

    Mas o que tem se procurado fazer, aqui, é a negação de tudo que é dito e exposto nesse blog. Desde o abraço de Maradona nos jogadores da seleção do Brasil (onde tenta-se enxergar mais simpatia e humildade por parte da seleção) até casos graves de ofensa, como os postados aqui - a pizzaria era de um argentino, em território brasileiro, e o autor do texto é brasileiro! - ou em outros diversos, de propagandas agressivas, notícias enviesadas e comunidades no orkut com tons pejorativos.

    O fato de você não ver "Problema" nisso tudo, de achar apenas uma "brincadeira", diz muito mais sobre você do que sobre a existência ou não da xenofobia.

    E ainda que eu falasse 3 línguas, em momento nenhum me considerei superior: como disse, africanos e indianos - por aqui considerados inferiores e atrasados - falam 4 línguas NO MÍNIMO. Eu falo apenas duas fluentemente e ainda busco a terceira. Portanto, estou bem atrás dos irmãos africanos e indianos.

    E para finalizar: não quero "provar" que os brasileiros são "Monstros"; quero, apenas, tentar mudar esse conceito ERRADO e INTERESSEIRO de que "TODOS OS ARGENTINOS SÂO ARROGANTES, TODOS OS ARGENTINOS ODEIAM BRASILEIROS E TODOS OS ARGENTINOS SÃO TRAPACEIROS".

    Sim, lá há pessoas assim. mas não representam a maioria.

    ResponderExcluir
  11. Eu estava pensando se em uma postagem tão positiva como essa o nosso "querido" Anônimo ia dar as caras!! Olha ele aí outra vez! Marcel, eu suspeito que seja o Diogo Mainardi esse "Anônimo" porque é tão chato como ele.
    A querida Graci, vendo essas eleições (ou lendo o Anônimo), deve estar pensando "me equivoqué! Los brasileños son RE CONTRA conservadores!!!". Enfim..
    A minha experiência portenha me mostrou o quanto nos admiram e nos respeitam e até exageraram em ter-nos como modelo para discussões pró-federalistas...rs...
    Se houvesse menos "Anônimos", se nos dignássemos aproximarmos sem preconceitos e com boa vontade, talvez as palavras de Saens Peña que há muito mais o que nos aproxime do que nos afaste.
    Talvez aí os Anônimos da vida (Diogo Mainardi, juro que esse cara é o Diogo) falasse ao vento. Bom que todos meus amigos que tinham restrições aos argentinos falaram super bem na volta da maioria dos aspectos (ELES TEM FALHAS E TEM ANÔNIMOS TAMBÉM) assim como amigos e filhos de meus amigos argentinos têm não só boas impressões mas, dentro do que a triste realidade argentina atual lhes impõe, sempre vêm nos visitar levando muita coisa boa na bagagem.
    Diogo Mainardi,, digo, Anônimo, aquele abraço.
    Marcel, amigo, gracias por la nota! Abrazos!

    ResponderExcluir