quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Duetos (60)

Há quase 4 anos, a seleção da Argentina vivia momento totalmente oposto ao atual nas Eliminatórias da Copa do Mundo: a equipe comandada por Diego Maradona precisava vencer o confronto contra o Uruguai para ir à Copa sem necessitar passar pela repescagem.

Na época, muitos brasileiros estavam torcendo contra; mas André Takagochi foi um dos brazucas que afirmaram estar torcendo a favor dos hermanos, e torcendo para que carimbassem o passaporte para a África do Sul.

Reproduziremos abaixo o texto "Torcendo pelos Hermanos", publicado por André em seu blog pessoal, o "Uma mente sem descanso".

Torcendo pelos hermanos


Hoje Argentina e Uruguai duelam e, dependendo do resultado do jogo entre Chile e Equador, um dos dois pode ficar de fora da Copa da África do Sul.
Muitos brasileiros estão eufóricos com a possibilidade dos eternos rivais argentinos sucumbirem frente à Celeste e ficarem de fora da Copa do Mundo.
À parte daqueles que dizem que a Copa sem a Argentina não teria graça, tenho outro motivo para torcer pelos hermanos.
Tenho alguns amigos argentinos que já me ajudaram ou simplesmente fizeram companhia para uma cerveja; conheci gente simpática, acolhedora e muito atenciosa tanto lá como aqui no Brasil.
O argentino é tão hospitaleiro como o brasileiro e não há aquela hostilidade que muitos insistem em acreditar.
Pelo contrário, os argentinos sempre me trataram como verdadeiros irmãos e uma forma minúscula de retribuir essa amizade será torcendo por eles contra o Uruguai.
Para falar a verdade, eu até acho que alguns brasileiros sim destratam os argentinos porque acabam não respeitando sua cultura e, em alguns casos, seu jeito um pouco mais reservado em alguns momentos.
Aliás, há uma frase que define bem, se não me engano de um jornalista portenho, algo como “o brasileiro ama odiar o argentino, e o argentino odeia amar o brasileiro”.
Creio que algumas poucas pessoas, sejam brasileiros ou argentinos, acabam  trazendo ao convívio social uma rivalidade tola que deveria existir só nos esportes, o que cria um sentimento de conflito e animosidade diferente do carinho compartilhado entre os países.
Para finalizar, em regra, pelos argentinos a suposta rivalidade que há entre as nações é levada tão-somente para o campo dos esportes e nada mais; e como tenho enorme simpatia e carinho por este povo, sei que quando o apito soar dando início à peleja, não conseguirei torcer contra o selecionado de Maradona.
Sei que para muitos brasileiros isso soa como traição, contudo, não será possível lutar contra meus sentimentos.
Por tudo isso, hoje, à partir das 19hs, abrirei um vinho argentino, envolto de cores azuis, ouvindo “la cumparsita” e gritando, Fuerza Argentina!

Um comentário:

  1. Até hoje não me conformo que uma nação livre como a nossa não permita que nos expressemos como bem quisermos.

    Quem torce pra Argentina nos esportes morando no Brasik é tratado como bandido.

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