Itamar Patrocínio Rosa, 38 anos, negro, natural de Olímpia-SP, entrou com um processo contra a Associação Desportiva São Caetano e seu presidente, Genivaldo Leal, em meados de fevereiro. Motivos: assédio moral e racismo. A audiência estava marcada para o dia 8 de março. Rosa esteve presente, mas a defesa não apresentou testemunhas e o julgamento teve de ser adiado.
Apesar de ter entrado na justiça, Itamar seguia trabalhando no clube, mas na manhã de ontem, 09/03, foi comunicado de sua demissão.
Itamar trouxe acusações graves contra o dirigente: além das injúrias que alega ter recebido (“tinha que ser preto mesmo” e “esse aí só faz negrisse” seriam algumas das frases do presidente, que não negou tê-las dito, mas afirmou que "estava brincando"), no processo são mencionados constrangimentos pesados: Leal teria ordenado o massagista a abrir o porta-malas do carro para localizar materiais roubados do clube.
Entretanto, a história tem sido pouco noticiada: apenas o Blog do Boleiro, de Luciano Borges, se deu o trabalho de investigar os fatos e ouvir os dois lados. A outra referência possível de se encontrar na internet é do site “Negros e Negras Cristãos” que, por sinal, apenas reproduz a matéria - excelente - de Borges.
Talvez isso esteja acontecendo porque não haja interesse, na grande imprensa, em falar do São Caetano, ou de repente porque não se dá crédito a Itamar. Num dos comentários do blog de Luciano Borges, um leitor afirma que “se ele se sentiu humilhado que fosse na delegacia prestar queixa na hora”.
Verdade. Mas e o caso do jogador Baiano, volta e meia citado por jornalistas influentes, que só apresentou suas mágoas contra Abbondanzieri e o Boca Juniors meses depois, tendo antes afirmado o contrário? A palavra de Baiano vale mais que a de Itamar? A ofensa que ele “sofreu” foi mais grave? Ou naquele caso o interesse maior era atingir o “autor” do crime?
Precisamos repensar muitas coisas.
Por que com esse, pode?
ResponderExcluirNão é alguém notório, e não tem Argentino no caso?