terça-feira, 6 de setembro de 2011

Isso é Jornalismo! (39)

Ainda que possamos sentir um certo ranço em alguns termos e expressões utilizados no texto,- como ao falar em "trégua" (do quê?) ou ao 'explicar' a cordialidade - fica aqui nosso elogio à matéria publicada em 06 de setembro de 2011, pela Folha de S. Paulo, quebrando alguns paradigmas sobre o "tratamento" de argentinos com brasileiros.

Torcida argentina dá trégua a brasileiros no Pré-Olímpico de basquete


Não é por pressão da torcida argentina que a seleção brasileira não faz suas melhores apresentações no Pré-Olímpico, que dá duas vagas para a Olimpíada de Londres.

Os torcedores que compareceram às quatro primeiras apresentações do Brasil --que estrearia ontem na segunda fase, contra o Uruguai, após o fechamento desta edição-- no ginásio Islas Malvinas, em Mar del Plata, mais aplaudiram do que vaiaram seus maiores rivais no continente.

Pelo menos até a seleção não enfrentar a Argentina. As equipes duelam nesta quarta.

"Estamos sendo muito bem tratados pelos argentinos", admitiu o armador Marcelinho Huertas, capitão da seleção brasileira, recém--contratado pelo Barcelona.

Ele é um dos jogadores mais aplaudidos pelo público quando tem seu nome anunciado no sistema de som antes dos jogos, assim como o ala-pivô Guilherme Giovannoni e o pivô Tiago Splitter.

"Aplaudimos os grandes jogadores, independentemente do país", disse o estudante Marcelo Martínez, 20. "O que não significa que torcemos por eles", justificou.

A presença do técnico argentino Rubén Magnano no time brasileiro contribuiu para uma recepção mais amistosa do público local. Não há uma só vez em que ele não seja ovacionado pelo público quando é anunciado.

Antes do duelo contra a República Dominicana, na última sexta-feira, Magnano foi aplaudido de pé por cerca de 6.000 torcedores por dois minutos. No dia seguinte, admitiu ter ficado a "um milímetro de desabar em lágrimas".

"O Brasil ganhou pontos com os argentinos por causa de Rubén", explicou Juan Manuel Gimenez, 31, motorista.

Tamanha admiração se deve fato de Magnano ter comandado a seleção argentina que conquistou o vice-campeonato mundial, em 2002, nos EUA, e o inédito ouro olímpico em Atenas-2004.

A cordialidade também pode ser creditada ao preço dos ingressos. Os mais baratos custam cerca de R$ 75, preço considerado alto para o público local, principalmente os fanáticos pela modalidade.

Mar del Plata é a cidade do Peñarol e do Quilmes, conhecidos por ter os torcedores mais violentos do basquete argentino. Mas, nos jogos de suas equipes, a entrada não custa mais que R$ 30.

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