Em reta final de Eliminatórias para a Copa do Mundo, diversas seleções estão finalmente conseguindo uma vaga no torneio que acontecerá no Brasil, ano que vem.
Para celebrar a vinda ao país, diversas tem sido as manchetes de jornais e sites. O periódico crooata "24 Sata" - uma espécie de MEIA HORA no Brasil - optou por fazer uma referência às brasileiras (imagem abaixo) e estampou a frase "Aqui Estamos".
Capa do Jornal croata, comemorando classificação à Copa do Mundo |
De fato, trata-se de uma imagem bastante estereotipada, aludindo às mulheres (e às praias, ao carnaval, etc). O mais interessante, porém, foi ver a divulgaçsão que essa notícia teve no Brasil.
O site GloboEsporte.com foi o único grande portal a repercutir a capa e, surpreendentemente, foi sensato ao descrevê-la.
Primeiro, ao usar a expressão "não fugiu do estereótipo" ao invés de atacar falando em "preconceito". Depois, ao citar a opinião de dois jornalistas da emissora: André Lofredo (já mencionado por nós aqui) falou que o país contribui para que tal imagem seja disseminada: "Não é culpa só do estrangeiro. A gente vende muita coisa para fora."
Já Fábio Seixas opinou a respeito do que o próprio país e sua imprensa fazem quando se trata dos outros: "Quando fomos à África do Sul, lembramos demais do racismo, coisas tribais."
Tanto uma quanto outra afirmação estão corretas: o Brasil vende (muitas vezes literalmente) a imagem de samba-praia-bunda-futebol-bebida, e é responsável por estereotipar nacionalidades, não raro de modo até mais grosseiro.
Chama atenção, porém, ver a forma como a crítica/piada quando é vinda de um argentino se torna uma situação tensa, como se estivéssemos tratando de um atentado racista e um ataque que "exige uma resposta imediata".
Isso ficou claro, por exemplo, na repercussão do episódio de "Os Simpsons", quando a família vem ao Brasil: o capítulo do seriado, bastante ofensivo, gerou menos revolta que a crítica de uma jornalista argentina, comentando o mesmo. Relembre a situação clicando aqui.
Em setembro desse ano, a Argentina conseguiu sua classificação para a Copa. E no dia seguinte o famoso jornal "Olé" estampou em sua capa: "Garotas, aí vamos nós!".
Isso foi tema de diversas reportagens em diversos veículos da emissora (apareceu até no Jornal Nacional!) e não teve, EM NENHUM MOMENTO, uma ponderação ou análise mais fria como as de Lofredo e Seixas.
O portal Terra foi uma das raras vozes sensatas: "Apesar de, por aqui, a rivalidade entre os dois países ser bastante alimentada, por lá os argentinos preferem limitar as picuinhas no âmbito esportivo. Não é difícil ouvir um argentino, por exemplo, elogiando os atributos das mulheres brasileiras - às quais se referem como "garotas", uma palavra que não existe em espanhol."
Deixamos como sugestão o comentário do jornalista André Henning, do Esporte Interativo: é assim que a tal "rivalidade" deve ser levada: com humor, e SEM TRANSFERIR o que acontece nos campos para a vida real.
O site GloboEsporte.com foi o único grande portal a repercutir a capa e, surpreendentemente, foi sensato ao descrevê-la.
Primeiro, ao usar a expressão "não fugiu do estereótipo" ao invés de atacar falando em "preconceito". Depois, ao citar a opinião de dois jornalistas da emissora: André Lofredo (já mencionado por nós aqui) falou que o país contribui para que tal imagem seja disseminada: "Não é culpa só do estrangeiro. A gente vende muita coisa para fora."
Já Fábio Seixas opinou a respeito do que o próprio país e sua imprensa fazem quando se trata dos outros: "Quando fomos à África do Sul, lembramos demais do racismo, coisas tribais."
Tanto uma quanto outra afirmação estão corretas: o Brasil vende (muitas vezes literalmente) a imagem de samba-praia-bunda-futebol-bebida, e é responsável por estereotipar nacionalidades, não raro de modo até mais grosseiro.
Chama atenção, porém, ver a forma como a crítica/piada quando é vinda de um argentino se torna uma situação tensa, como se estivéssemos tratando de um atentado racista e um ataque que "exige uma resposta imediata".
Isso ficou claro, por exemplo, na repercussão do episódio de "Os Simpsons", quando a família vem ao Brasil: o capítulo do seriado, bastante ofensivo, gerou menos revolta que a crítica de uma jornalista argentina, comentando o mesmo. Relembre a situação clicando aqui.
Em setembro desse ano, a Argentina conseguiu sua classificação para a Copa. E no dia seguinte o famoso jornal "Olé" estampou em sua capa: "Garotas, aí vamos nós!".
Capa do Jornal argentino, comemorando a classificação à Copa do Mundo |
O portal Terra foi uma das raras vozes sensatas: "Apesar de, por aqui, a rivalidade entre os dois países ser bastante alimentada, por lá os argentinos preferem limitar as picuinhas no âmbito esportivo. Não é difícil ouvir um argentino, por exemplo, elogiando os atributos das mulheres brasileiras - às quais se referem como "garotas", uma palavra que não existe em espanhol."
Deixamos como sugestão o comentário do jornalista André Henning, do Esporte Interativo: é assim que a tal "rivalidade" deve ser levada: com humor, e SEM TRANSFERIR o que acontece nos campos para a vida real.
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